Love your body
Os padrões de beleza influenciam a mente das pessoas em nÃveis tão profundos que à s vezes nem nos apercebemos o quanto já criámos preconceitos tão dentro de nós.
Durante o perÃodo da minha adolescência o expoente máximo da magreza era o ideal de beleza com o qual éramos confrontadas. Todas as modelos tinham poucas curvas, eram altas e magras. E eu, como qualquer miúda nova, no fundo queria enquadrar-me, queria fundir-me nesse padrão... mas era impossÃvel com o meu tipo de corpo. E claro, ganhei alguns complexos, principalmente nessas idades em que é tão fácil acabarmos por nos deixar levar pela corrente.
No meu caso, eu adorava especialmente calções (ainda adoro) mas nunca usava. Tinha as pernas gordas de mais para eles, era a minha opinião. Acabava por ficar só a vê-los nas lojas e pensar que um dia iria emagrecer e finalmente ficar bem nuns e nesse caso logo compraria. E, enquanto andava nesta luta contra as minhas coxas, apareceu na minha escola (tenham em mente que eu vivo na santa terrinha) uma moça, nem sei bem de onde, que deu logo nas vistas. Ela era um bocado mais cheeinha que eu. E usava calções. Montes deles! Ia para a escola sem stress completamente confiante e ficavam-lhe mesmo bem! E eu, nunca falei com ela, mas admirava-a. Invejava-lhe a confiança, estava fora do dito padrão e ainda assim usava peças que gostava e estava nem aà para os comentários. Eu achava que ela era mesmo corajosa.
Até que um dia, caio na realidade -
Mas corajosa porquê? Que fez ela assim de tão espectacular, para além de ter vestido uns calções e sair à rua? Há aqui algo que deva ser admirado? Não, não há. Mas a minha mente estava completamente minada ao ponto de eu sentir necessidade de aplaudir alguém que, simplesmente, usava uns calções.
Uma youtuber que sigo, a Trisha Paytas, é considerada plus size. Uma vez perguntaram-lhe como é que ela se sentia quando colocava fotos de bikini e lingerie nas redes sociais, se era fantástico sentir o apoio das pessoas e também saber que as inspirava. E lembro-me que ela suspirou e disse que é claro que é bom ajudar outras raparigas, que podem ter menos confiança ou complexos, a usarem o que gostarem e, acima de tudo, a gostarem delas exactamente como são. Mas que, tanta vez, a única coisa que ela queria era colocar uma foto de bikini na internet e ser só isso. Só mais uma rapariga em bikini, como tantas outras. Sem ter logo gente a dizer-lhe como era uma atitude tão forte e de se louvar da parte dela. Como ela disse, desta forma acaba por sofrer um tipo de "descriminação" positiva. Que continua a ser descriminação apesar de tudo.
E num lado totalmente oposto, lembram-se da controversia da
foto da Keira Knightley em topless? O quão falado foi ela ter tido tanta coragem para aparecer sem soutien tendo um peito tão pequeno?
É claro, num mundo ideal, onde se aceitassem todos os tipos de corpo e se acabassem com padrões e modas parvas, isto nunca acontecia. Mas sempre existiram padrões e sempre irão existir e, eu não estou, de todo, a dizer para não encorajarmos as pessoas a sentirem-se bem e dar-lhes força, muito pelo contrário! Este post quase parece um discurso de uma miss América ou assim, mas malta, estamos só a falar de corpos. Maiores, mais pequenos, com curvas ou sem elas, temos que aprender a gostar de nós e deixar os julgamentos de lado. Como a
Dana diria: LOVE YOUR BODY.
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